Roberto Trindade – Coordenador do Núcleo de Educação Física e Esportes do Colégio Friburgo
Diálogos com adolescentes
“A adolescência é um período onde temos oportunidade de viver a melhor fase de nossa vida, de fazer escolhas para o futuro, de experimentar coisas novas”. Aluno do 1° ano do Ensino Médio do Friburgo
Como não amar os adolescentes? Eles são o resultado direto de nossas condutas, são nossos prolongamentos.
“O adolescente deve ser educado pelos adultos que visam tais pretensões de forma que o entendam e o aceitem como ator principal do espetáculo de seu desenvolvimento.” Saito
Meu convite a todos aqui é para um simples esforço em entender e aceitar a adolescência e não simplesmente combatê-la. Para ajudá-los precisamos estimular continuamente a sua vontade, a sua iniciativa, a sua capacidade de interferir ativa e construtivamente no seu contexto sociocultural. Educar adolescentes significa vê-los, ouvi-los, senti-los e apoiá-los.
Automaticamente eles se proverão do máximo desejo, motivados a levar seus planos pessoais à frente, capacitados em aceitar serenamente seus sucessos sem se superestimar e em receber seus fracassos sem ímpetos de desistir facilmente. Serão assim autorrealizados, autoestimados e felizes.
Há nessa fase a necessidade de um novo reconhecimento de si, que é possibilitado a partir do laço realizado na amizade, no grupo. Daí a busca de um engajamento num grupo de amigos que compartilham de estilos próprios, esses determinados em um contexto sócio-histórico-cultural.
Destacamos uma colocação de Dolto (2004) que nos aponta para a validade de práticas profissionais comprometidas com o sujeito e seu desejo. “Se os adolescentes fossem encorajados pela sociedade a se exprimir, isto os sustentaria na sua evolução”.
Podemos pensar que esse encorajamento é necessário e deve ocorrer bem aí, no nosso dia-a-dia. E não nos é surpresa notar que, por trás da aparente malandragem adolescente há sempre uma demanda de ser.